O Mundo do Agronegócios


 

Produtores elaboram Manifesto da Laranja

Citricultores agendam, para os próximos dez dias, viagem a Brasília para entregar o documento, que conta com mais de duzentas assinaturas, ao ministro da Agricultura. com medidas urgentes para o setor

Reunidos na tarde desta sexta-feira (16/8), no anfiteatro do Centro Univeristário Unifafibe, em Bebedouro, mais de duzentos  citricultores participaram do Encontro “Citricultura do Estado de São Paulo: Estrutura e Conjuntura”, promovido pela Associtrus, e assinaram o “Manifesto da Laranja”, documento onde estão descritas as principais reivindicações a curto, médio e longo prazos, extremamente necessárias para a manutenção do setor produtivo.

Há décadas, os produtores se vêem obrigados a abandonar os pomares por conta da verticalização da produção pelas indústrias de suco de laranja e, consequente, os baixos preços pagos pela fruta.

A omissão dos governos (federal, estadual e municipais) gera uma brutal transferência de renda para as indústrias, aumentando as distorções no setor.

O Manifesto objetiva expressar às autoridades públicas constituídas e à sociedade organizada em geral as condições aviltantes que enfrentam os citricultores, bem como reivindicar aos poderes públicos, em todos os segmentos, medidas de apoio para o resgate da citricultura.

Algumas medidas urgentes que constam do Manifesto da Laranja: renegociação de dívidas (securitização), inclusão da laranja na política de preço mínimo e nos leilões de PEPRO; inserção de suco de laranja em programas governamentais; aumentar o percentual de suco de laranja para os néctares, no país; redução de impostos; melhoria do ambiente de negócios, com maior transparência de informações como consumo, estimativa de safra etc.; fortalecimento da representatividade dos citricultores independes nas negociações do Consecitrus e construção conjunta do modelo final para restabelecer o equilibrío na cadeia; investimento em marketing para promover o aumento do consumo de suco de laranja; entre outras. 

São vitais ações de curto prazo para permitir que o citricultor independente mantenha-se competitivo e recupere-se da crise de rentabilidade das últimas temporadas. Além disso, são importantes medidas de médio prazo para melhorar o ambiente de negócios e a competitividade do produtor e medidas de longo prazo como o fortalecimento da defesa fitossanitária e a demanda doméstica pelo suco de laranja.

Os citricultores e colaboradores que assinaram o manifesto solicitam a adoção de medidas que solucionem os problemas que assolam a citricultura, pois sem a imediata implementação de referidas medidas, o setor, em curtíssimo espaço de tempo, se resumirá à produção exclusiva da indústria, caminhado, a passos largos, em direção à bancarrota.

O Encontro contou com a presença de diversas autoridades, dentre elas os deputados federais Edinho Araújo (PMDB-SP) e Mendes Thame (PSDB-SP); o prefeito de Bebedouro, Fernando Galvão; o represetante da Secretaria de Agricultura de São Paulo, Orlando Melo de Castro; representantes de Sindicatos Rurais; da Comissão de Agricultura da Faesp (Federação da Agricultura do Estado de São Paulo); da Feraesp (Federação dos Trabalhadores Rurais do Estado de São Paulo); e da Amcisp (Associação dos Municípios Citrícolas de São Paulo). 

O senador Eduardo Suplicy demonstrou seu apoio aos citricultores através de pronunciamento na tribuma do Senado Federal, no último dia 14 de agosto. Na oportunidade, Suplicy se comprometeu a assinar o Manifesto, que serviu para mostrar que a insatisfação ultrapassou o limite e ações concretas e urgentes precisam ser tomadas.

Para o presidente da Associtrus, Flávio Viegas, o caminho para conseguir o apoio das autoridades é a organização dos produtores nas associações. “Estou muito satisfeito com a presença de mais de duzentos produtores no Encontro e isto demonstra o quanto precisamos unir forças para nos fazer ouvir pelos representantes dos governos constituídos. O próximo passo é irmos a Brasília para entregarmos este Manifesto ao ministro da Agricultura”, finaliza Flávio. 

  

 

LEGADO DA LUTA PELA TERRA NO BRASIL É APRESENTADO EM MUSEU ITINERANTE

Um caminhão que se desdobra em museu e percorre várias cidades do País, contando a história das lutas do povo brasileiro pela terra e por seus direitos, chegará em São Paulo na próxima semana. Trata-se da exposição Sentimentos da Terra, criada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), por meio do Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural (Nead), em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

“Além de apresentar personagens e acontecimentos ligados a lutas pela terra, por justiça e liberdade, o projeto pretende valorizar as expressões culturais brasileiras e a diversidade do meio rural”, explica Roberto Nascimento, diretor do Nead.

Equipado com tecnologia de informação e entretenimento de ponta, o caminhão museu conta com diversos ambientes que abrigam exposição interativa. Para transmitir os conteúdos da mostra de forma lúdica e inovadora a públicos variados ao redor do Brasil, o projeto une a pesquisa historiográfica a uma linguagem artística acessível. A proposta é alcançar desde metrópoles e pequenas cidades a assentamentos e reservas indígenas.

A abertura da exposição, em São Paulo, ocorre na terça-feira (20), às 10h, no Vale do Anhangabaú, no centro da cidade, onde o caminhão fica estacionado até sábado (24). Depois, o caminhão museu segue para Campo Limpo - bairro na zona sul da capital paulista.

Conteúdos interativos

O caminhão museu está equipado com duas salas de cinema, onde são exibidos 11 documentários feitos com recursos de animação em computação gráfica, que utilizam pinturas, fotografias, gravuras, ilustrações e documentos históricos em sua composição. Os vídeos são narrados por importantes nomes da cultura brasileira: Chico Buarque, Gilberto Gil, José Wilker, Letícia Sabatella, Caio Blat, Dira Paes, Marcos Palmeira, Maria Bethânia, Regina Casé, Vera Holtz e Wagner Moura.

Outras atrações do museu são o Espaço da Imaginação, que contém computadores, acesso à internet, monitor com tela interativa e uma biblioteca especializada com livros de arte, fotografia, geografia, história, costumes e tradições, além de jornais e revistas.

A Exposição Vira-Vira retoma o percurso histórico de oito personagens emblemáticos dos conflitos no Brasil rural: Visconde do Uruguai, Antônio Silvino, Elizabeth Teixeira, Dom Pedro Casaldáliga, Chico Mendes, Sepé Tiaraju, Leonel Brizola e Euclides da Cunha. Há, ainda, teatro com maquetes e contadores de histórias, que narram movimentos e episódios ligados à luta pela terra.

Na Tenda para Caracterização, por sua vez, os visitantes poderão ser fotografados em cenários elaborados a partir do universo rural, com figurinos próprios aos personagens ligados à questão da terra.

Caminhos percorridos

A mostra Sentimentos da Terra já passou por Goiânia, em Goiás, por Belo Horizonte, Jequitibá, Poços de Caldas e Pouso Alegre, em Minas Gerais, e por Limeira e Araçoiaba da Serra, no estado de São Paulo.

Na capital paulista, o projeto do MDA e da UFMG está sendo viabilizado com o apoio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e permanece na cidade até o dia 6 de setembro.

Serviço

Data: de 20 a 24 de agosto (terça-feira a sábado) 
Horário: 9h às 18h 
Local: Vale do Anhangabaú, Centro – Largo das Arquibancadas, próximo ao Banco Mercantil, na altura do número 304. 

Data: de 28 de agosto a 6 de setembro (quarta a sexta-feira) 
Horário: 9h às 18h 
Local: CEU Cantos do Amanhecer, na Avenida Cantos do Amanhecer, s/nº - Campo Limpo.

Assinatura

 

 

Estudo projeta impacto da redução no uso de combustíveis fósseis

 

Pesquisa considerou período entre 2010 e 2030

 

O Plano Nacional de Energia 2030 (PNE 2030) trata-se de um estudo de âmbito federal que propõe o planejamento a partir da expansão da oferta e demanda de energia até 2030. “Neste estudo propuseram cenários econômicos, sendo que um desses foi projetado para a expansão dos biocombustíveis até 2030, observando seus impactos socioambientais e econômicos”, observa Jeronimo Alves dos Santos, gestor do agronegócio.

 

No programa de Pós-graduação em Economia Aplicada, na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ), Santos analisou os impactos na economia brasileira a partir de uma ampliação na produção e uso de etanol e biodiesel, como substituição de parte dos combustíveis fósseis, no período de 2010 a 2030.

 

Com orientação do professor Joaquim Bento de Souza Ferreira Filho, do Departamento de Economia, Administração e Sociologia (LES), o estudo utilizou um modelo Computável de Equilíbrio Geral (EGC), mais especificamente, um modelo estático, inter-regional, bottom up. “Foi de particular interesse analisar os impactos econômicos com ênfase nas análises regionais e nos impactos sobre as emissões de gases de efeito estufa”, conta o autor do trabalho.

 

Segundo a pesquisa, a substituição dos combustíveis fósseis promoverá aumentos em quase todos os agregados macroeconômicos, em especial os choques causados pelo biodiesel. “Os resultados mostraram-se relevantes para o desenvolvimento regional e independência energética do ponto de vista dos impactos sobre as emissões dos gases de efeito estufa. Foram observadas reduções das emissões dos principais combustíveis fósseis da matriz energética”, observa o pesquisador.

 

Cenários – O trabalho teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e os cenários econômicos do PNE 2030 foram estabelecidos em quatro trajetórias, visando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), no período de 2005 a 2030. “Entre os quatro cenários projetados, o cenário B1 (PIB crescendo a 4,1% ao ano); foi escolhido para definição das estratégias das projeções do sistema energético brasileiro”, conta Santos.

 

O cenário projetado para o biodiesel considerou que a composição do biodiesel no óleo diesel estará acima da mistura B5, sendo projetado para B8 em 2020 e B12 em 2030, aumento de mais de 360% do seu consumo em relação a 2010. “Além disso, projetamos que o biodiesel terá expansão de área para o plantio de oleaginosas de 1,09% em 2010 para 1,48% da área agrícola em 2030, incremento de 36%, enquanto o investimento total no setor passará de R$ 3,2 bilhões em 2010 para R$ 4,8 bilhões em 2030, aumento de 50%. No que se refere ao quesito emprego, as vagas nessa cadeia produtiva  passarão de 282 mil em 2010 para 1,301 milhão em 2030, o que representará crescimento de 361%, ao mesmo tempo em que contribuirá com redução de emissões na ordem de 24,1 0  mil toneladas de CO2 equivalentes, no fim do período analisado”.

 

Etanol – Quanto ao etanol, o estudo aponta que expansão da produção é justificada pela competitividade da cana-de-açúcar para fins energéticos, além do aumento da biomassa para a geração de energia elétrica. “A longo prazo, parte da biomassa será destinada  à produção de etanol. Visualiza-se também redução das exportações de etanol e aumento do consumo interno, reduzindo o consumo da gasolina. A previsão de consumo interno de etanol para 2030 é de 52,5 bilhões de litros por ano, aumento de 200% em relação a 2010”.

 

Impacto regional – A pesquisa conclui que os impactos dos choques na economia brasileira não apresentaram grandes variações no agregado econômico, no entanto, quando se analisou em níveis regionais e setoriais, obtiveram-se maiores variações. “Esse é o caso da variação do PIB para os estados do Rio de Janeiro e do Mato Grosso, do nível de atividade das indústrias de Extração de Petróleo e Gás, Gasolina, Gasoálcool, Soja, Óleo de Soja, Sebo e Biodiesel e do nível de emprego tanto regional como setorial”. Além disso, s ampliação dos biocombustíveis apresentou-se como uma importante política de desenvolvimento regional e setorial, sendo observada no aumento do PIB e do nível de emprego, na maioria dos estados do Norte e Nordeste, além do aumento notado do nível de emprego para todos os setores agrícolas. “Em outras palavras, a política dos biocombustíveis tem impacto positivo na criação de emprego no campo”.

 

Entre os resultados, destaca-se ainda o fato de que os setores que mais contribuíram com a redução das emissões nos estados foram os de Extração de Petróleo e Gás, Óleo Diesel, Gasolina, Transporte, Serviços e Consumo das Famílias. Os estados que tiveram aumento nas emissões, como Tocantins, Mato Grosso e Goiás foram os que obtiveram os maiores incrementos na atividade econômica e no nível de emprego. “Tanto no aspecto econômico, social e ambiental, as políticas de inserção gradual dos biocombustíveis, podem surtir efeitos favoráveis no agregado econômico e nas reduções das emissões totais na matriz energética brasileira.É importante frisar, no entanto, que essa modelagem baseou-se na economia com o atual nível de tecnologia e eficiência energética, além de não contabilizar a mudança do uso do solo. Portanto, esta pesquisa pode ser utilizada como referência para outros trabalhos, com novas questões e variáveis que expliquem esse processo de forma mais abrangente”, conclui.

 

Caio Albuquerque
Jornalista

Produtores de queijo artesanal têm nova norma para inspeção do produto

Produtores artesanais de queijo, de todo Território Nacional, poderão ter o produto avaliado por meio de estudos técnico-científicos feitos por órgão estadual e/ou municipal de inspeção industrial e sanitária reconhecidos pelo Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI/POA). Os produtores artesanais, tradicionalmente, elaboram a iguaria a partir de leite cru, com período de maturação inferior a 60 dias. Os estudos técnico-científicos comprovam que a redução do período de maturação não compromete a qualidade e a inocuidade do produto.

 

A medida é do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que publicou a Instrução Normativa nº 30, na quinta-feira (8), no Diário Oficial da União. Antes, os estudos para certificar o queijo artesanal eram feitos somente pelo ministério. Com a norma, além do Mapa, órgãos estaduais e municipais poderão realizar a avaliação, o que garante maior possibilidade de comercialização, do queijo devidamente certificado, aos produtores de todo o País.

De acordo com a norma, as queijarias controladas, até três anos, pelos órgãos estaduais de defesa sanitária e animal e que não foram diagnosticadas com tuberculose e brucelose podem produzir os queijos feitos com maturação inferior a 60 dias, para passar pela inspeção e estar apta à comercialização. Essas queijarias somam àquelas situadas em região de indicação geográfica registrada ou tradicionalmente reconhecida e em propriedade certificada como livre de tuberculose e brucelose, de acordo com o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT) do Mapa.

 

Agricultores de Brasília melhoram produção com sistema de mandalas

Na zona rural do Distrito Federal, agricultores do Assentamento Pequeno Willian dividem um sistema de produção que necessita apenas de uma pequena área e poucos recursos para garantir alimentação e renda a eles e suas famílias. É a plantação em mandalas, em que os canteiros são montados em círculos e é possível cultivar verduras, legumes e frutas entre outros. O que facilita o manejo, a irrigação e a colheita. 

São 14 famílias que ficam responsáveis por cinco mandalas que se baseiam em princípios ecológicos, em 17 hectares de terra. De acordo com o agricultor e secretário executivo da Associação dos Produtores e Agricultores Familiares Esperança (Asprafes), Gaspar Araújo, 72 anos, o sistema de produção utiliza uma única fonte de água para irrigação e, com diversas vantagens, é ideal para a agricultura familiar. “A gente aproveita o máximo a água e sai mais barato do que a irrigação tradicional. Usamos fertilizantes orgânicos, como as fezes das galinhas que criamos”, explica. 

Com o sucesso da forma de produção, esse grupo de agricultores começou a fornecer seus legumes e hortaliças para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). O programa é executado com recursos dos Ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), em parceria com estados, municípios e com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). 

As famílias começaram a vender para o programa em abril deste ano e toda a produção, livre de agrotóxicos, é entregue as terças e sextas-feiras. Eles fornecem cenoura, milho verde, alface, mostarda, rabanete, beterraba e quiabo. Os produtos também são comercializados em feiras da região. “Vim de Unaí (MG), trabalhava em uma região onde até intoxicado fui, por isso prezo pela produção sem agrotóxicos”, explica. 

Renda 
Atualmente, o grupo de agricultores entrega cerca de dois mil quilos por semana para o programa. O que, conforme Gaspar, ajuda a complementar a renda das famílias como a dele, que vive há mais de dez anos no assentamento. “Além de estarmos comendo melhor, melhoramos nossa renda”, declara. 

O agricultor explica que aproximadamente 10% do que recebem do PAA vai para um fundo rotativo da associação para melhorar a infraestrutura do assentamento. “A gente ocupa uma área de 144 hectares, mas só tem água onde plantamos. Agora queremos levar para as casas”, afirma Gaspar. 

Gaspar, sua esposa e seu filho Eduardo, de três anos, não pretendem mais sair de lá. Ele lembra como era difícil trabalhar para os outros e se diz satisfeito com o pedaço de terra que tem hoje. “Hoje eu posso plantar o que quero e para mim. Tiro meu sustento da minha terra”, enfatiza. 

Credito imagem: Albino Oliveira/MDA

 

Tempo quente nas videiras

 

As plantas estão frequentemente expostas aos estresses ambientais, os quais limitam seu crescimento e desenvolvimento e suas chances de sobrevivência. Com o intuito de dissipar o ar frio e minimizar os efeitos das geadas que causavam danos em plantações no Chile, no final da década de 1990 o produtor de uvas finas Florenzo Lazo desenvolveu a tecnologia Thermal Pest Control (TPC). Em síntese, consiste em um maquinário com função de aplicar ar quente (180 ºC) com baixa umidade em plantas. “Após o uso da técnica observou-se maior vitalidade das videiras, controle de algumas pragas e doenças, além de melhorar alguns aspectos importantes para comercialização dos frutos, como teor de sólidos solúveis, firmeza e coloração”, aponta o engenheiro agrônomo Bruno Alves Domingues. No Programa de Pós-graduação em Fisiologia e Bioquímica de Plantas, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ), Dominguesinvestigou se esses efeitos ocorreram em função do aumento na síntese de hormônios vegetais relacionados ao estresse como o ácido salicílico (AS), ácido jasmônico (AJ) e ácido abscísico (ABA), e também à ocorrência de SAR (Systemic Acquired Resistance). Ao mesmo tempo, desenvolveu analises de pós-colheita nos frutos, observando teor de sólidos solúveis (BRIX), firmeza e coloração.

 

O trabalho teve orientação do professor Ricardo Ferraz de Oliveira, do Departamento de Ciências Biológicas (LCB) e as análises foram desenvolvidas no Laboratório de Estresse e Neurofisiologia Vegetal (Lepse). “O objetivo da pesquisa foi verificar se o estresse térmico moderado que a tecnologia TPC aplica sobre a planta poderia influenciar na quantidade produzida destes fitos-hormônios sinalizadores da RSA (Resistência Sistêmica adquirida) e RSI (Resistência Sistêmica Induzida), influenciando diretamente na quantidade de defensivos agrícolas utilizados no manejo atual e, consequentemente, se a planta de uva poderia melhorar seus padrões de comercialização”, conta Domingues.

 

Em uma etapa prévia, o pesquisador levantou dados a partir de um experimento instalado nos parreirais da fazenda Central do Vale, em Petrolina (PE). Lá foram montados dois campos experimentais – lado a lado - com área de 1 hectare cada. No campo, entre março e maio de 2012, os tratamentos utilizados consistiram da aplicação da TPC em uma velocidade de 4 km / h com a temperatura do ar regulada em 180 °C, comparada com o manejo convencional utilizado pelos produtores, que baseia-se na aplicação de agroquímicos, seguindo o manejo integrado de pragas (MIP). “A aplicação foi realizada conforme as recomendações do fabricante, com início no estádio 12, quando 50% da videira apresenta cinco folhas totalmente expandidas com frequência de aplicação de 2 vezes por semana, à temperatura de 180 º C e com distância máxima do alvo de 20 centímetros”. Ainda segundo o agrônomo, o encerramento das aplicações ocorreu no estádio 38, no início da colheita.

 

Ao final da safra, as amostras foram transportadas para o Lepse, onde as folhas foram armazenadas a 86ºC negativos e nos frutos foram feitas análises de teor de sólidos solúveis, coloração e firmeza das bagas. A mensuração hormonal nas folhas foi realizada no Laboratório de Ecotoxicologia do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA/USP), sob orientação do professor Valdemar Luiz Tornisielo.

 

 

Segundo o pesquisador, embora aparentemente indefesas frente ao ataque de agressores ou até mesmo em condições ambientais adversas, as plantas apresentam ao menos duas estratégias de defesa que permitem o retardamento ou até mesmo impedem a penetração de agentes fito-patogênicos. “A planta reconhece seu agressor e ativa barreiras físicas e químicas como defesa constitutiva, resistência sistêmicas adquiridas e induzida”, afirma. Com sua pesquisa, Domingues aponta que será possível entender melhor a relação entre estresse biótico e abiótico, o tende a possibilitar a redução na utilização de agrotóxicos nas lavouras. “Plantas tratadas com a tecnologia TPC apresentaram decréscimo duas vezes mais lento do hormônio de sinalização ao estresse ABA e duas vezes e meia mais lenta do hormônio AJ quando comparado com plantas tratadas com o tratamento convencional.  Deste modo, plantas tratadas com o estresse térmico moderado parece ter ativado seu sistema de defesa por meio da resistência sistêmica induzida no vegetal”, finaliza.

Caio Albuquerque
Jornalista

Crédito das Imagens: Bruno Domingues

 

Netafim participa de evento sobre nutrição mineral e manejo do solo na citricultura
Discussão acontece durante curso de especialização no Instituto Agronômico (IAC), em Campinas/SP

Campinas sedia nos dias 6 e 7 de agosto o curso Especialização em Nutrição Mineral e Manejo do Solo na Citricultura, ministrado por especialistas do Instituto Agronômico (IAC). O evento tem o objetivo de mostrar os avanços de conhecimentos sobre nutrição mineral e as boas práticas de manejo da fertilidade do solo na citricultura.

A Netafim, empresa israelense pioneira e líder mundial em soluções de irrigação por gotejamento é patrocinadora do evento por apostar na importância das discussões na citricultura. “O curso também serve como reciclagem mesmo para os participantes que vivem esse mercado. Nós estamos vivendo um momento, por exemplo, uma época de preços baixos da laranja e de necessidade do uso correto de fertilizantes para evitar desperdícios, essa é uma discussão muito interessante”, analisa o gerente comercial da Netafim, Marcos Kawasse.

Discussões que vão desde solos para produção de citros, fundamentos da fertilidade do solo, fisiologia da nutrição mineral e avaliação do estado nutricional dos citros, planejamento e construção da fertilidade para implantação de pomares, até manejo da adubação com nitrogênio e potássio e manejo do mato das entrelinhas de citros fazem parte do evento.

Outra discussão importante é a irrigação por gotejamento na citricultura, já que o sistema possibilita a fertirrigação, técnica de adubação que permite o uso da água para levar nutrientes ao solo irrigado. “O gotejamento permite que o produtor não dependa da água da chuva para a sua produção. Quem tem esse sistema instalado em sua lavoura consegue aumentar sua produção” finaliza Kawasse

Sobre a Netafim

Fundada há mais de 45 anos e com cerca de 30 subsidiárias em todo o mundo, a Netafim oferece as melhores soluções aos agricultores de mais de 110 países por meio 14 unidades produtivas, milhares de distribuidores e mais de 3.000 funcionários. No Brasil são duas plantas, uma em Ribeirão Preto e outra em Cabo de Santo Agostinho, Pernambucano. O portfólio de produtos inclui sistemas completos de irrigação por gotejamento, microaspersão, controle e monitoramento automatizados, dentre outras soluções.

Rafael Pio | Consultor de Comunicação

rafael.pio@alfapress.com.br

Tem início as obras do Detran/Poupatempo em Bebedouro no complexo Coopercitrus

Jornalista SILVIA COELHO/BEBEDOURO
 Lançamento do suco de laranja nesta quinta dia 1/08 da COOPERFAM - Cooperativa dos Produtores Rurais da Agricultura Familiar durante o café oferecido aos convidados que foram assistir o lançamento oficial das obras do Detran/Poupatempo em Bebedouro.
  
A cerimônia contou com a presença do diretor-presidente do Detran-SP, Daniel Annenberg, do prefeito de Bebedouro, Fernando Galvão Moura, e a primeira dama e presidente do Fundo Social, Aline Galvão, do presidente da Coopercitrus, Raul Huss de Almeida, do presidente da Câmara, Angelo Daolio, do ex-prefeito Sergio Sessa Stamato, e do diretor de Desenvolvimento Econômico, Roberto Campanelli, além de outras autoridades e empresários da região. 
 

O prefeito municipal, Fernando Galvão, aproveitou a oportunidade para pedir ao diretor do Detran, uma unidade do Acessa São Paulo e ainda uma sala do empreendedor no complexo Coopercitrus, onde será instalado o Detran/Poupatempo.

 

       Stilo Rural - Apresentação

            Sejam bem vindos,

        Contêm editorial, matérias agropecuárias, eventos registrados no Stilo Social, agendas de leiloes, feiras, causos, receita da fazenda, entrevistas, curiosidades, noticia da semana,e colunas com técnicos especializados; stilo social com fotos de eventos rurais, historias, tirando duvidas, política rural, Saiu na Imprensa, Segurança, Meio Ambiente, Suínos/Ovinocultura,  política rural, piadas, historia.  Em formatação ficará mais fácil a leitura. Obrigada!
          

Criado em 13/07/96  jornal impresso tamanho germânico, papel jornal depois off set preto/verde e em 09/01/2007  Lançamento do site www.stilorural.com.br.

Agora com novo visual e as noticias quentinhas do Agronegócio.

acesse> www.stilo-rural.webnode.com

Jornalista : Silvia Coelho

31 07 2013

 

 



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